quarta-feira, 23 de junho de 2010

COISAS DO COTIDIANO

Rochas e Pedregulhos

Uma das muitas coisas que me chamaram a atenção no Monte Sinai foi a quantidade e o tamanho das rochas que formam aquela cadeia de montanhas. Eu tentei subir no local de onde, segundo o guia, Moisés poderia ter falado à multidão já no pé da montanha. No pequeno filme que fiz via-se um planalto onde o povo poderia ter ficado e as rochas de onde Moisés poderia ter falado. Percebi que as rochas são facilmente vistas e é preciso fazer um plano para subir nelas. Há que se escolher o melhor lado, o menos liso, o que tenha um degrau natural e, com algum cuidado pode-se, como eu, subir numa rocha para ter uma visão melhor sem muito perigo de cair.

Já o chão é mais difícil de andar devido aos pedregulhos. Eles são quase imperceptíveis porque ficam fora do foco dos olhos. Quando as pessoas andavam, olhavam para frente, para o lugar aonde queriam chegar. Percebi muita gente tropeçando, escorregando e alguns até caindo. Uns americanos mais avisados escalavam o Sinai com aquelas bengalas de esqui para não perder o equilíbrio.

Que grande lição tiramos. Pessoas não tropeçam em rochas, mas com freqüência escorregam ou tropeçam em pedregulhos. Rochas são vistas à distancia, pedregulhos mal são vistos. As pessoas respeitam a imponência das rochas, mas negligenciam a presença dos pedregulhos. As pessoas desviam das rochas, mas tentam andar sobre os pedregulhos. As rochas se destacam no relevo, os pedregulhos se confundem com chão. Por essas e outras, na prática, os pedregulhos trazem mais perigo do que as rochas. Pessoas podem cair de rochas, não por causa das rochas. Já os pedregulhos, quase invisíveis, são responsáveis por muitas quedas e tropeços.

Na vida espiritual isso também acontece. Preocupamos-nos com os “pecados rochas”. São facilmente visíveis, grandes, chamativos e, dificilmente alguém comete um pecado desse porte por não vê-lo. Nessa categoria está o adultério, roubo, assassinato e outras ações que saltam aos olhos como, indubitavelmente, pecados. Pessoas os vêem de longe e sempre em tempo de fugirem, embora isso nem sempre ocorra.

Diferentemente, aos “pecados pedregulhos” ninguém dá atenção. São imperceptíveis, da cor do chão. São atitudes aparentemente não perigosas, mas que colocam em risco nossa caminhada. Muitos caíram por não perceberem que estavam andando sobre pedregulhos. Nesta categoria estão as atitudes que se confundem com o estilo normal de uma vida agitada. Incluem-se as pequenas mentiras, admiração aos costumes mundanos, falta de leitura da bíblia, falta de um tempo específico de oração, falta de empenho para estar na igreja, críticas constantes aos irmãos, falta de humildade e outras coisas que as pessoas nem chamam de pecado, apenas um estilo de vida ou personalidade forte.

É com este, chamado estilo normal de vida, que devemos tomar mais cuidado. Ele vai minando nossa resistência espiritual. Vai mudando nossos conceitos, vai enfraquecendo a nossa fé, vai tornando vulnerável nosso juízo de valores e, quando menos esperamos, tropeçamos ou escorregamos. E por que? Porque não vigiamos nas pequenas coisas. Fixamos-nos nas rochas e esquecemos-nos dos pedregulhos.

Meu irmão e minha irmã, se você tem sido pouco vigilante nas chamadas, pequenas coisas, saiba que são elas que nos derrubam. O diabo é mestre em desviar nossa atenção do perigo que elas representam. Ele quer a nossa queda.

Observe seu caminho. Pare de andar- por um instante, olhe para o chão e à sua volta. Se houver pedregulhos, remova-os antes que eles o derrubem.

Fique na paz

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