sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O SILÊNCIO (não só) DE ADÃO - Pastoral 19/9

O SILÊNCIO (não só) DE ADÃO
Pr. Sidnei
No livro “O Silêncio de Adão”, de Larry Crabb e outros, os autores confrontam o gênero masculino na sua tendência de ficar em silêncio nas situações mais críticas e analisam sua omissão nos momentos em que mais se exige uma intervenção decisiva.

A análise parte de uma suposição, a meu ver com muita chance de ser fato, de que Adão por comer o fruto proibido, sem que Eva o chamasse para isso, estivesse perto dela. Ora, se estava por perto, certamente acompanhou o diálogo de sua esposa com a serpente. Se acompanhou o diálogo, percebeu que se tratava de uma cilada que ia num crescendo de argumentos perigosamente falseados que conduziu à queda do casal e conseqüente ruína da humanidade (as deduções e o exagero são por minha conta, o autor não tem culpa).

Mas, fato é que Adão não fez nada para impedir esse pecado, e conseqüente desgraça, por omitir-se, por calar-se quando deveria falar e por esperar quando deveria agir.
Embora nós homens honestos (e há) admitamos que essa seja uma característica masculina - o silêncio – numa esfera mais geral todos nós, seres humanos, num ou noutro momento, nos calamos mesmo quando vemos que, vagarosamente, determinado comportamento levará, lá na frente, à ruína.

Fazemos isso com um irmão da igreja, porque não queremos estragar o relacionamento por parecer intrometido. Fazemos isso com a esposa ou esposo para não criar um atrito supostamente desnecessário. Fazemos isso com nossos filhos para que não nos ache chatos e nos dê a impressão que nos ama mais. Na maioria das vezes, no entanto, é por pura omissão e desejo de aprovação.

Todos somos assim e eu sou mais assim que todos. Mas isto não tem dado certo. Você já pensou que muitas quedas poderiam ter sido evitadas se não nos omitíssemos enquanto havia tempo de intervirmos vigorosamente com a autoridade da Palavra de Deus. Adão nem precisaria se indispor. Poderia até, se sua covardia exigisse, jogar a conta para Deus. Afinal, era Deus quem tinha dito que não deveriam comer daquele fruto em hipótese nenhuma.

Assemelhamos-nos a Adão até no fato de que comer o fruto não era uma necessidade para Eva, mas sim um capricho de rebeldia. Eles tinham todos os outros frutos à disposição, não precisariam daquele. Quantas vezes nos calamos num processo longo, num diálogo perigoso dos nossos queridos com as artimanhas de Satanás. Nos omitimos, olhamos para outro lado, nos concentramos em outra preocupação legítima e deixamos o tempo correr para ver no que vai dar.

O mais triste é que, à semelhança de Adão, muitas vezes, não só permitimos que, por omissão, o perigo aumente à medida que o tempo passa como também, por fraqueza, nos envolvemos ou somos coniventes com o erro.

Observe seus irmãos, suas esposas, seus esposos, seus filhos e filhas. Pode ser que estejam num diálogo perigoso com satanás, mas ainda em tempo de interromper.

Omissão custa caro. Não vale a pena correr o risco.

Sem contrariar o grande Larry Crabb, o silêncio não tem sido só de Adão.

Fiquem na Paz