terça-feira, 6 de outubro de 2009

COISAS DO COTIDIANO

IOGURTE OU FERMENTO?

Você sabe fazer bolo? Cada um tem uma receita especial e acaba por ficar conhecido pelo sabor do seu bolo. Se eu mencionar alguns tipos de bolo, você logo saberá quem é a especialista. Se eu falar em bolo de coco, quem te vem à mente? Ou bolo de fubá com erva doce? Ou ainda bolo de iogurte? Bolo de chocolate trufado? E bolo de chocolate com rum?

Fazer bolo é uma arte. O bolo torna qualquer bebida mais nobre: do café à champanhe. Uma festa de casamento não terá graça se não houver o bolo da noiva. Nenhuma criança se contenta com festa de aniversário, se não cantar parabéns em volta do bolo. O bolo é a celebridade da festa. É o bolo que determina que horas vamos embora de uma festa – após cortar o bolo. Se já comemos bastante e não cabe o bolo, não temos vergonha de levar para casa. Eu, sempre que a Sandra não está na festa, peço um pedaço de bolo para ela, para poder comer mais um pedaço em casa. Bolo é maravilhoso.

Quando você vê um bolo, em que você pensa? No bolo, você me responderá. E está certo. Ninguém come um bolo pensando no fermento, na farinha, nos ovos, no óleo ou outro ingrediente qualquer. Pensamos e saboreamos o bolo.

Assim é a vida cristã em comunidade é como um bolo. Um bolo onde cada pessoa é um ingrediente. Alguns têm um sabor até suportável isoladamente. Caso do leite, do iogurte, do açúcar. Outros, no entanto, nem se cogita em saboreá-los individualmente. Nunca soube de ninguém, em sã consciência, que gostasse de comer fermento cru, ou farinha de trigo, ou fubá. Há alguns malucos que bebem ovos crus, mas prefiro não comentar, pois me embrulha o estômago.

A vida Cristã é assim também. Somos ingredientes de um bolo chamado igreja. Isoladamente não somos todos saborosos. Alguns são como iogurte, apreciado separadamente. Outros, contudo, são como fermento. Se não for usado em conjunto com outros ingredientes nunca sairá da despensa. Nunca será alimento, nunca será sobremesa, muito menos o prato principal. Sozinho ele não é ninguém. Ninguém o percebe no armário, ninguém o coloca na mesa do café; nem o usa para enfeite. Um fermento nunca chegará ao status de iogurte.

Mas há uma verdade inquestionável acerca desses dois ingredientes: O iogurte torna um bolo mais saboroso, mas é o fermento que torna uma massa, bolo. Não há bolo sem fermento.

Talvez você, como eu, já tenha se sentido fermento. Não é oferecido às visitas, não é convidado para a mesa de refeição, fica no fundo do armário e só se sente a sua falta quando vai fazer bolo. Anime-se, o bolo só será bolo se você estiver presente.

Deus nos vê assim. Nem todos são admirados pelas pessoas, nem todos estão em evidência. Nem todos são, isoladamente, populares. Alguns, até, causam certa repulsa pelas suas características, mas, se fazem parte da receita do bolo, farão a diferença quando se juntarem a outros.

O bolo é algo saboroso, ainda que seus ingredientes, separadamente não o sejam. Isso não importa, porque fomos chamados para servir na igreja e torná-la o melhor bolo do mundo. A igreja foi colocada por Deus neste lugar para ser o bolo que todos apreciem, mesmo que nem todos os ingredientes, fora do bolo, sejam assim tão saborosos.

Iogurte ou fermento, eu quero é estar no bolo. Posso não ser estrela, mas sou necessário.

Bem vindo ao bolo

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

COISAS DO COTIDIANO

“VIVER POR NADA OU MORRER POR ALGUMA COISA”

Esta frase poderia ser um aforismo de um escritor inglês (que até o fechamento desta edição não tinha conseguido lembrar o nome) especialista nessa forma literária. Foi dita, no entanto, pelo “grande filósofo” Rambo, personagem inverossímil de Silvestre Stalone.

Seus filmes são tão exagerados que a carnificina chega mais perto de comédia pastelão do que drama de guerra. Mas, crítica cinematográfica à parte, o roteiro, pelo menos no Rambo II, III, IV e outros se houver, segue uma linha interessante. O Rambo está sempre no ostracismo, procurando viver como um cidadão pacato num país de quarto mundo, mas surge uma necessidade que o impele a despertar seu instinto soldado guerreiro “made in USA” e agir dando sentido à sua vida.

Quinta feira, enquanto esperava o jantar, eu assisti “Rambo IV”. Neste filme, umas aldeias de indefesos cidadãos estavam sendo dizimadas por um exército genocida, e uns missionários, que foram ajudar os aldeões, foram feitos, também, prisioneiros. O Rambo queria continuar sendo apenas um barqueiro, mas quando viu as pessoas morrendo e os soldados contratados para salva-las querendo desistir diante do poderio do inimigo, não pode fechar os olhos à necessidade de agir. Por isso ele é o Rambo.

Por mais inverossímil que seja o personagem, por mais exageradas que sejam as cenas e, por mais piegas que sejam as frases do herói em questão, no fundo gostaríamos de ser o Rambo, principalmente porque ele sempre salva as pessoas e nunca morre. Ainda que saibamos que ele só adota a filosofia de que não vale a pena viver, covardemente, uma vida segura, mas sem sentido; porque ele sabe que não vai morrer – porque Rambo nunca morre - sentimos uma pontinha de inveja.
No fundo, cada um de nós gostaria de ser um Pastor-Rambo ou um Diácono-Rambo ou um Crente–Rambo. Ser impelido, pela necessidade, a sair do ostracismo e salvar o maior número possível de pessoas aprisionadas por Satanás, mesmo que corra risco de morte.

Sabe o porquê dessa projeção de herói no Rambo? É porque nosso subconsciente sabe que, no evangelho, é uma possibilidade real esse estilo de vida. Aliás, essa filosofia do Rambo é uma paráfrase de Paulo: “...vou para Jerusalém sem saber o que vai me acontecer, exceto o que o Espírito já me antecipou: prisões e tribulações. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra o ministério que recebi do Senhor Jesus...” (At 20.22 – 24)

A gente ri, mas sabe que o Rambo tem razão. Não vale a pena viver por nada, sem se sensibilizar com o aprisionamento espiritual dos que estão próximos e que vemos todos os dias. Não vale a pena viver uma vida sem propósito, sem utilidade. Parece que nada nos tira da mesmice, do anonimato, do ostracismo. É como se fôssemos tele transportados de casa para a igreja e vice-versa. Não vemos nada no caminho, não sentimos compaixão, nada nos incomoda. Somos como zumbis, alheios à necessidade do mundo. De que vale morrer de velhice com esse estilo de vida?

Olhe para você! Como você tem vivido? Você consegue saber que, no mundo, a cada vez que você inspira e expira, quatro pessoas morrem e vão para o inferno, e não sair do seu estado zunbí? Você consegue olhar para as pessoas do seu bairro, sua escola, seu trabalho, aquele que te dá bom dia, que te vende o pão com um sorriso, sabendo que estão indo para o inferno e continuar como se nada estivesse acontecendo. Isso é viver por nada. Não correr riscos e chegar vivo aos cem anos com esse estilo de vida será vergonhoso.

Desperte o Rambo que há em você! Dê sentido à sua vida. Salve prisioneiros de Satanás. Invada o inferno porque, como no roteiro do Rambo, nosso final já está escrito: As portas do inferno não prevalecerão conta a igreja do Senhor.

Você não precisa morrer por algo (ainda). Basta viver por algo. Dê sentido à sua vida. Viva intensamente a vida cristã. As pessoas salvas do aprisionamento é que dão emoções à vida do crente. Viver cem anos sem essas emoções, não sei se vale a pena.

Fique na Paz
Pr. Sidnei (ainda recruta, mas chega lá)

sábado, 3 de outubro de 2009

PASTORAL - 27 DE SETEMBRO

UM DIA A CASA CAI!
A expressão "a casa caiu" que é uma gíria policial usada para definir quando um bandido é pego, descoberto o seu esquema e não há mais como negar sua culpa, aconteceu literalmente nesta quarta feira em Santo André. Uma casa explodiu mandando outras casas, carros e uma oficina mecânica, também literalmente, para o espaço.

Tudo estava quieto, não se sabe ainda se era apenas uma loja de fogos de artifício ou uma fábrica clandestina com depósito de pólvora e outros explosivos. O fato é que a casinha escondida tornou-se manchete nacional. Imprensa do mundo todo estava representada no local da tragédia. Imagens aéreas mostravam uma área devastada como um cenário de bombardeio.

Depois que a casa caiu descobriu-se que a licença para venda de fogos tinha sido negada e que se realmente fosse um depósito ou lugar de manufatura e manuseio de material explosivo, precisaria haver uma licença do Ministério de Exército, que também não tinha. Agora já se sabe o nome e sobrenome do proprietário e onde mora. Foi publicada sua foto, vasculharam a sua vida e descobriram, também, ele já fora preso por porte de explosivo, mas, por alguma razão, seu processo foi arquivado.

Agora se apresentou à polícia, ironicamente, ainda não como investigado. Sua vida está de cabeça para baixo. Todo mundo de deu o direito de investigar e, quanto mais procuram, mais acham. Eu imagino o sofrimento desse rapaz. Conhecemos bem a sequencia das notícias. Primeiro, apenas testemunha, depois homicídio culposo, as investigação continuam e a promotoria já pensa em processo por dolo eventual e, por fim, homicídio doloso. Logo retorna às primeiras páginas dos jornais. Morreu seu primo, sua empregada, destruiu propriedades de pessoas inocentes e tudo isso vai ficar martelando a sua cabeça.

Sua vida foi exposta quando a casa caiu. Nunca saberíamos da existência desse rapaz, nem dos erros que, eventualmente, estava cometendo se a casa não tivesse caído, mas caiu, aliás, antes de cair, explodiu.
Este fenômeno me faz refletir em quantas atitudes ilícitas as pessoas têm feito no oculto sem que ninguém, sequer, desconfie. Quanta coisa errada não é feita na certeza de que ninguém nunca vai descobrir. Quantos pecados são cometidos por anos a fio e nem a igreja, nem o pastor e nem a família sabem. Mas um dia, um acidente acontece, um erro de cálculo, um excesso de confiança, um vacilo e puff .... a casa cai.

Quando a casa cai a exposição é maior, a vergonha é maior, qualquer um se vê no direito de investigar nossa vida. Todos os nossos segredos são revelados. O mais incrível é que Deus, depois de insistir conosco, no particular, para confessarmos e abandonarmos o pecado, sem que demos ouvido a Ele, permite que nossa casa caia e tudo venha ao conhecimento público para ver se assim, mudemos de atitude.

Quando aplico uma prova na faculdade, eu brinco com os alunos dizendo que não tentem colar e escrevo Números 32.23 no quadro. E se não fizerdes assim, eis que pecaste contra o Senhor: porém sentireis o vosso pecado, quando vos achar.

Antes que isso aconteça, antes que nossa casa caia (ou exploda) vamos nos acertar. Não existe impunidade para Deus. Não existe nada oculto para Deus. E não há criatura alguma escondida diante dEle; antes todas s coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. (Hb 4.12)

Se existe algo que esteja sendo feito às escondidas na certeza de que nunca será descoberto, lembre-se que aquela casinha, escondida entre muitos prédios, tornou-se manchete no dia em a casa caiu.

Acertemos nossa vida oculta antes que a nossa casa caia.
Fique na Paz
Pr. Sidnei